Início EBooks A Pluralidade da Vida e a Busca do Sucesso

A Pluralidade da Vida e a Busca do Sucesso

10806
0

É muito comum as pessoas passarem a vida em busca do tão sonhado sucesso. Mas afinal o que é o sucesso?

O sucesso está intimamente relacionado com a concepção que a pessoa tem de felicidade. Para algumas pessoas sucesso pode ser se tornar gerente de uma grande empresa, para outra pode ser ter um filho, para outra ter uma casa em um condomínio, para um adolescente ter um canal no youtube, para quem tem alguma doença pode ser se curar, e assim por diante.

Esse desejo também pode ser influenciado por outras coisas como, por exemplo, cultura e posição social. No Brasil a concepção e o desejo do sucesso é diferente das pessoas que estão na Índia.  Uma pessoa que nasceu em uma família de baixa renda pode ter uma concepção de sucesso diferente de outra que nasceu em uma família que tem uma renda mais elevada.

São muitas as leituras que podem ser feitas para compreensão do que traduz o sucesso. As diversas teorias da psicologia concebem o homem de forma diferente e compreendem de forma distinta o sucesso.

Na  Psicologia Analítica  podemos dizer que o “sucesso” é alcançado pela conexão da pessoa com seu Self através do processo de individuação.  Este processo foi considerado por Jung como o objetivo da vida psíquica. A individuação passa a acontecer quando a pessoa se permite entrar em contato com conteúdos inconscientes, vai se conhecendo, retirando suas máscaras, retirando as projeções lançadas anteriormente no mundo externo e integrando-as a si mesmo.

Trazendo para o nosso dia a dia podemos dizer que significa olhar para as enfermidades e os desafios da vida como símbolos que trazem informações e que precisam ser elaborados para que aconteça a expansão da consciência. É olhar para o movimento da vida e não para algo que já está acabado em si.

Já para a Psicologia Positiva que tem como base estudos na área comportamental é possível identificar padrões e comportamentos que são compreendidos pelas pessoas, na sociedade ocidental, de sucesso e felicidade. É algo mais específico e mensurável e menos filosófico.

Um estudo feito na Universidade de Harvard por um pesquisador chamado Shawn Achor  analisou a seguinte questão:  Por que os estudantes, mesmo estando na melhor universidade do mundo, estavam depressivos e infelizes?

Para responder a esta questão ao invés de estudar as pessoas que estavam depressivas estudou aquelas que apresentavam indícios de sucesso e felicidade. Não analisou a média e sim os “pontos fora da curva”.

Os resultados dessa pesquisa feita com mais de 1600 estudantes demonstrou que é a felicidade que traz o sucesso e não o contrário. Mas como os cientistas definem a felicidade?

Basicamente, como a experiência de emoções positivas – prazer combinado com um senso mais profundo de sentido e propósito. A felicidade implica um estado de espírito positivo no presente e uma perspectiva positiva para o futuro. Martin Seligman, o pioneiro da psicologia positiva, a segmentou em três componentes mensuráveis: prazer, envolvimento e senso de propósito.

Shawn detectou nas suas pesquisas sete padrões que chamou de determinantes para a conquista dessa felicidade. Esses padrões estão relacionados principalmente com a forma como as pessoas percebem a realidade a sua volta e se relacionam com ela.

Entre eles o estudo sobre a fisiologia e o quanto esse estado interno (quando hormônios como serotonina e dopamina) são liberados influenciam a percepção da realidade externa e alteram os comportamentos. O cérebro quando em estado positivo possui uma vantagem biológica em relação ao cérebro neutro ou negativo, este princípio nos ensina como retreinar o cérebro para inserir novas atitudes, que podem ser positivas e com isso, melhorar nossa produtividade e desempenho.

Outro padrão levantado pelo autor está relacionado aos programas mentais que a pessoa possui e a possibilidade de alterá-los e, com isso, mudar a percepção da realidade externa e os comportamentos. Por exemplo, quando o cérebro fica preso a um padrão de negatividade (focando o estresse, a infelicidade e o insucesso), somos condicionamos ao fracasso.

Este princípio nos ensina como retreinar o cérebro para que identifique padrões de possibilidade, de forma que possamos perceber – e aproveitar – as oportunidades que encontramos pelo caminho.

Olhando de forma ampla e geral pode-se perceber que ambas teorias partem do princípio que é necessário que haja alguma mudança seja ela comportamental ou da consciência para que a pessoa consiga alcançar o que deseja.

Independente da abordagem teórica utilizada para compreensão desses aspectos é importante sempre olharmos para a nossa vida e nos questionarmos, o que é sucesso para mim? Estou feliz com a vida que tenho levado, com minhas ações e conquistas? Me sinto bem ou mal com minhas ações? Se não estou feliz, o que posso fazer para mudar?

Com as ações que tenho feito até hoje, estou conseguindo chegar onde eu quero, ou estou paralisada? Será que preciso de ajuda?

Compreender o que é essencial para nossa vida hoje e o que é sucesso para nós é extremamente importante, para sabermos qual caminho devemos trilhar e que ações precisam ser feitas para que possamos caminhar rumo aquilo que desejamos.

A conquista do  “sucesso” que seria para mim, estarmos em paz conosco, com as nossas escolhas e com o que estamos manifestando no mundo.

E nesse sentido, acredito que a busca da conexão com o self é fundamental.

Depende de nós e do que iremos fazer para conquistar o que desejamos, seja algo concreto, como uma casa ou um carro ou um estado de espirito.

Achor, Shawn. O Jeito Harvard de Ser Feliz. São Paulo: Saraiva, 2012.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.