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Engraçado como estamos correndo cada vez mais; Sempre conectados com a tecnologia e sem tempo!

Antes dos anos 2000, os otimistas tecnológicos acreditavam que todos esses recursos levariam às pessoas mais tempo para si e seus familiares, incluindo tempo para o ócio, para encontrar a tal felicidade.

A tecnologia – em suas mais variadas formas – facilita em muito nosso dia a dia. Então por quais motivos reclamamos que estamos sem tempo?

Quero refletir sobre as redes sociais, essa tecnologia que facilita nos conectarmos ao mundo inteiro. Nada de ficar horas esperando para falar com um parente distante ou dias a espera de uma carta para ter notícias de alguém amado. Basta um clique e podemos ver o outro na telinha que cabe em sua mão.

O paradoxo dessa tecnologia é que estamos ficando cada vez sem tempo para quem está perto! As famílias tem perdido o encontro… o sentar-se à mesa e conversar trivialidades, os pais não leem para os filhos, os casais estão juntos na cama e conectados a outros e não se falam.

Os pais acreditam que terem seus filhos dentro do quarto ‘mexendo’ no computador é seguro. Enquanto isso, temos crianças sendo assediadas pela tela, sendo abusadas por desconhecidos que entram em sua casa pela porta virtual. Adolescentes trancados em seus quartos perdem a capacidade de andar em grupos, se tornarão adultos que não sabem se relacionar.

Crianças conectadas que não sabem brincar, não sabem correr, não sabem pular… tem algo errado entre nós!

Viver no extremo produz stress, angústia; no filme Click – o personagem de Adam Sandler descobre que em suas mãos tem um aparelho que pode acelerar situações da vida. Tantas vezes que utiliza e, de repente descobre que a vida passou rapidamente e momentos se perderam.

Corremos o risco de perder nossas raízes, esquecer nossas histórias (sabe aqueles “causos” de famílias contados pelos mais velhos à geração mais nova??!!), garanto que o tablet, o smartphone não tem essa riqueza.

Jung (2016:236) falava disso no início do século XX, dizendo que o progresso nos empurra com violência para o futuro nos arrancando de nossas raízes. Precisamos de nossas raízes para nos manter em pé, viver no futuro causa ansiedade, stress. O olhar está em busca daquilo que não tem, criando uma necessidade de consumir.

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As pessoas estão cada dia mais adoecidas, crianças e adolescentes deprimidos, ansiosos, aumento de suicídio, perda de sentido da vida…o que está acontecendo? A promessa não era de sermos mais felizes?!

Resposta de Jung para tais questões: “Mas é precisamente a perda de relação com o passado, a perda das raízes, que cria um tal ‘mal estar na civilização’, a pressa que nos faz viver mais no futuro, com suas promessas quiméricas de idade de ouro, do que no presente, que o futuro da evolução histórica ainda não atingiu.”

É interessante que a terapia possibilita a cura, a conexão através da fala; assim as pessoas vão se reencontrando, se redescobrindo. O passado faz parte de nossa vida, nossos ancestrais, nossa cultura nos influencia. Os ritos familiares nos direcionam, nos sustentam. O tempo é um bem disponível para todos, a decisão de como usar é variável.

A tecnologia, as redes sociais podem ser excelentes…mas são as relações  que mantem sua família. Conecte-se a eles!!

Referências

JUNG, Carl Gustav. Memórias,sonhos, reflexões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016

CLICK. Direção:Frank Coraci. EUA: 2006

4 COMENTÁRIOS

  1. Verdade! Eu procuro limitar o tempo que minha filha passa na Net e procuro estar com ela e me inteirar do que ela gosta , o que acessa do que gosta. Gosto de leva_la pro quintal e brincar de pique com ela . Sempre estamos brincando juntas . Ela só tem sete anos e procuro sempre ter uma relação achegada com ela para que a tecnologia não tome o meu lugar.

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